espinafrando a estreia: Lanterna Verde

Senhoras e senhores, o espinafrando conferiu o filme do Lanterna Verde. E não é um desastre total, como o mercado americano fez parecer. O que não significa que seja o supra-sumo dos filmes de super-heróis.

Lanterna Verde - O Filme

Na verdade, dá a impressão que o diretor Martin Campbell (que reiniciou duas vezes a franquia 007, com ‘Goldeneye’ e ‘Cassino Royale’) optou por seguir à risca a dicotomia do início do juramento da Tropa dos Lanternas Verdes (“no dia mais claro, na noite mais densa”).

É um filme bem irregular: tem momentos sublimes e momentos patéticos. Tem efeitos especiais embasbacantes e outros ridículos. O próprio uniforme tem crise de identidade, com tons de verde distintos dependendo da cena.

Nos bons momentos, faz sua imaginação voar junto com o herói. Como nos primeiros 20 minutos, com uma vibe Top Gun. Na ida a Oa, o planeta-sede dos Lanternas. No primeiro ato de heroísmo (o melhor uso de Hot Wheels ever). E na superação do final, quando o Cavaleiro Esmeralda recita o juramento em meio a batalha.

E os piores momentos não causam ódio ou repulsa, apenas te deixam com aquela sensação de “ah-vá!-jura?” (em inglês: “oh-REALLY?”).

A estrutura é típica de filme de origem: estabelece os personagens, o que os motiva, o que é a ameaça no horizonte, como o herói consegue os poderes, como aprende a lidar com eles, o primeiro teste, a dúvida e a superação. Tudo bem quadradinho e dentro do script.

Ryan Reynolds é Hal Jordan, o piloto de testes aeronáutico rebelde e destemido, que viu quando criança o pai ir pelos ares testando um avião-protótipo. Hal também se transforma no herói do título, by the way. E por incrível que pareça, o ator não compromete. Até que encarna bem o personagem.

O anel e a bateria energética do Lanterna Verde
O anel e a bateria energética do Lanterna Verde

Já não se pode dizer o mesmo da Gossip Girl Blake Lively, que vive (?) o interesse romântico e filha do chefe, Carol Ferris. É a única que está realmente ruim e incrível (no sentido de não trazer credibilidade, como diria Vicente Matheus).

A Tropa dos Lanternas Verdes é bem representada, principalmente pelos carismáticos Tomar Re (voz de Geoffrey Rush), Kilowog (voz do gigante Michael Clarke Duncan), o moribundo Abin Sur (Temuera Robinson, mais conhecido como Jango Fett do episódio II de Guerra nas Estrelas) e Sinestro (Mark Strong, ótimo e prepotente, como deve ser). Mesmo com aparições breves, deixam aquele gostinho de que têm muita história por trás, que estamos diante de lendas. Uma coisa que ‘Guerra nas Estrelas’ e ‘O Senhor dos Anéis’ fazem tão bem.

Abin Sur / Jango Fett
Jango Fett é Abin Sur!

Já os vilões… Digamos que o cientista com cabeça de Rocky Dennis (Peter Sarsgaard na pele de Hector Hammond) e Parallax —Monstro de Fumaça de Lost + braços de todas as vítimas cuja essência foi absorvida (ficou bem legal, meio Inferno de Dante) + cabeça de Rocky Dennis (bem tosca)— não dão medo. E isso é bem ruim, já que seriam a personificação do medo. Em suma, não há uma ameaça latente e crescente pairando por todo o filme, o que diminui o impacto do clímax.

De cima para baixo: Hector Hammond, Rocky Dennis e Parallax
De cima para baixo: Hector Hammond, Rocky Dennis e Parallax

O grande pecado é que o roteiro quis abraçar coisas demais ao mesmo tempo. Em alguns momentos, parece uma colagem de cenas de um gibi, com transições de cenas muito apressadas. Nas revistas com imagens estáticas, sua imaginação completa a elipse entre um quadro e outro, criando a sensação de movimento. Faz parte da linguagem do meio. No cinema, o efeito é o contrário: parece que cortaram o momento deliberadamente, matando a fluidez.

Aproveitando a referência lá de cima, falaram que Lanterna Verde seria o ‘Guerra nas Estrelas’ dos filmes de super-heróis. Lembra mais ‘O Último Guerreiro das Estrelas’, filme de aventura espacial dos anos 80 (bacaninha, mas pobrinho) que costumava frequentar a Sessão da Tarde. Há até uma cena no começo que evoca o divertido filme oitentista: quando Hal se comporta de maneira não usual no bar, Carol pergunta se ele não foi substituído por uma cópia.

Mas não se engane com a comparação. Lanterna é um filme bem melhor do que Last Starfighter. É melhor que ‘Thor’ e ‘O Incrível Hulk’ (o do Ed Norton) e o ‘Superman Returns’ de Bryan Singer. E pior que ‘X-men: 1ª Classe’, ‘O Cavaleiro das Trevas’ e ‘Homem-Aranha’. Melhor sorte na próxima vez, Hal!

—–

E aproveitando que o filme estreia nessa sexta, 19/08, vamos inaugurar oficialmente a mais nova parceria do espinafrando com a Limited Edition, simplesmente a melhor loja de colecionáveis do Brasil. Ainda essa semana, faremos uma matéria especial sobre a LE com a exposição do Lanterna Verde. Fiquem ligados!

Os caras são tão bacanas que doaram gentilmente este action figure do Lanterna para sortearmos entre nossos honrados leitores O.O

Figura de Ação do Lanterna Verde (com anel!!)
Figura de Ação do Lanterna Verde (com anel!!)

Pra concorrer, tem que seguir o @espinafrando e a @_LimitedEdition no twitter e tuitar a frase:

No dia mais claro, na noite mais densa, eu sigo o @espinafrando e a @_LimitedEdition pra ganhar uma prenda: http://kingo.to/M3Y

IMPORTANTE!!!

Basta um tuíte com o link e já estás concorrendo. Não precisas e não deves inundar as timelines alheias, pois isso não aumentará tuas chances de ganhar.

Tens que seguir tanto o @espinafrando quanto a @_LimitedEdition pra ganhar. Se o sorteado não cumprir essa regra, será eliminado e outro sorteio será realizado.

Não vale dar RT automático com o botão de retweet.

Se o sorteie.me encrencar, usaremos a função aleatória do Excel e o sorteio será filmado pra evitar contestações.

Ah! E a promoção vai até segunda-feira 22/08, às 21:00.

E é isso, p-p-pessoal! Boa sorte e bora tuitar!

Update

O vencedor da promoção foi o @tcaetano. Link do sorteio: http://sorteie.me/1TIQ3L

4 comentários

  1. Seu último parágrafo me fez desconsiderar toda a resenha. Dizer que Lanterna Verde é melhor que Thor foi forçar a amizade demais.

  2. Mas;
    E se a nave de Abin Sur tivesse caído no sertão nordestino???
    Veja: O anel não é recarregado numa lanterna (aqui no Brasil, lanterna é sinônimo de farolete). O anel é recarregado num “Lampião”!
    O “cabra porreta” que o anel escolhesse no sertão, faria o juramento, com o mesmo sentido, mas adaptado ao jargão nordestino.
    Seria assim:

    No dia mais arretado,
    Na noite mais xexelenta,
    Até o tinhoso se caga,
    Quando o Lampião Verde enfrenta!

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