Nota do @espinafrando: Celeste e Jesse para Sempre passou ontem e hoje no Festival do Rio 2012 e tem repeteco na próxima quarta (03/10) na Estação Vivo Gávea 05. O filme estreia em circuito no feriado de 15 de novembro. O @arijon foi nosso enviado especial e divide conosco sua popular sabedoria. Enjoy!
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A grande reflexão que o filme de Lee Toland Krieger traz já está embutida no próprio título: “para sempre“. Afinal, o que isso realmente significa?
Aqui, começamos acompanhando o dia-a-dia de Celeste (Rashida Jones) e Jesse (Andy Samberg, fora do seu registro paspalhão habitual e funcionando surpreendentemente bem), um casal que se entende muito e está sempre sintonizado. Até que descobrimos que eles não são mais um casal. Mas como são grandes amigos, continuam saindo juntos e morando no mesmo lugar (ok, o ex-marido fica na edícula dos fundos… mas mesmo assim!). Seus próprios amigos não entendem como eles continuam juntos desse jeito.
E tudo partiu de Celeste. Por achar Jesse um tanto perdido e desocupado na vida, ela resolveu terminar a relação. Ela, uma mulher bem-sucedida na arte de prever tendências na cultura pop (sim, ela trabalha com algo assim). Mas a relação agora continua, e de outra forma. Para Celeste, é ótimo não ter mais que brigar com Jesse. Para Jesse, essa separação é somente algo temporário, e Celeste perceberá, cedo ou tarde, que eles foram feitos um para o outro.
Em algum momento, os dois conhecerão novas pessoas. Resta saber como isso afetará o relacionamento entre eles.
Esta dramédia indie (como bem definiu o sr. @espinafrando) é o veículo perfeito para a fofa Rashida Jones. Ela é mais conhecida por suas participações em The Office e Parks And Recreation. Ah sim, e também é filha do maestro Quincy Jones.
Com roteiro de sua própria autoria (e de Will McCormack, que faz um engraçado traficante de maconha), Rashida colocou a mão na massa para tentar marcar o seu lugar em Hollywood. Apesar de um certo estilo girl next door, ela sabe que não é tão girl assim e não força a barra nesse sentido. Por falar nisso, o filme fica justamente entre um 500 Dias Com Ela (com sua “concorrente” Zooey Deschanel) e Roger, O Conquistador (se você ainda não viu, corra para ver essa pequena joia sobre a arte da sedução masculina, com direção e roteiro brilhantes de Dylan Kidd).
A fotografia de Celeste e Jesse para Sempre, com a câmera na mão e buscando a pele (e o íntimo) dos personagens, remete justamente a Roger, O Conquistador, mas com resultado inferior. Entretanto, o diretor nunca se propôs a reinventar a roda das comédias românticas (ou das dramédias indies, que seja). Inclusive o filme poderia ir muito mais fundo em suas discussões, mas opta por um registro mais sóbrio, sem que isso denote prejuízo no conjunto.
(caro leitor, se quiser rir com “denote prejuízo no conjunto”, fique à vontade)
Aí fica a dúvida: será um filme para ver acompanhado, ou para assistir sozinho? Pergunta difícil. Mas talvez justamente por isso, já se torna uma sessão digna de nota.
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