3 filmes rock’n’roll. 3 trilhas sonoras roqueiras. 3 bebidas para acompanhar.
Simples assim. Aumenta o som!
3.From Dusk Till Dawn
Tarantino é famoso por suas trilhas sonoras, mas o melhor filme do seu parceiro Robert Rodriguez é que levou o 3º lugar deste top 3.
![]() |
From Dusk Till Dawn (Music from the Motion Picture)Various Artists Trilha sonora Lançamento: 1996 |
Tem ZZ Top tex-mex, ZZ Top hard rock, o finado bluesman Steve Ray Vaughan e seu irmão Jimmie Vaughan, o finado John Wayne musicado (!), a balada beleza sessentista dos Mavericks, o weird hard rock dos Blasters, Tito y Tarantula porra-louca (Angry Cockroaches – Cucarachas Enojadas), Tito y Tarantula romântico (a linda After Dark), trilhas incidentais sinistras, e uma seleção dos melhores diálogos pinçados do filme.
Para acompanhar Um Drink no Inferno, sugiro shots de tequila com sal e limão.
2. Lost in Translation
Na dúvida sobre como classificar a trilha climática de Encontros e Desencontros de Sofia Coppola (outra diretora famosa pelo bom gosto musical), vamos utilizar sacanamente a abrangência do termo rock.
![]() |
Lost In Translation (Original Motion Picture Soundtrack)Various Artists Trilha sonora Lançamento: 2004 |
Esse disquinho que leva o 2º lugar deste top 3 é capitaneado pelo gênio Kevin Shields, que emplaca 4 canções compostas especialmente para o filme, além de uma clássica do My Bloody Valentine. Nos destaques, temos as guitarras distorcidas do Jesus & Mary Chain, o pop dançante do Phoenix (cujo cantor é pai de dois filhos com a Sofia Coppola), a leveza do Air (habitué de outra ótima trilha de Sofia: As Virgens Suicidas) e a poesia sonora sem palavras do Death in Vegas.
Pra ficar 100%, só faltou incluir o melhor karaokê da história dos karaokês: o japa Charlie Brown fazendo God Save The Queen, Bill Murray bancando Elvis Costello e Bryan Ferry, e Scarlett Johansson desafinando Brass in a Pocket. [UPDATE] Desatenção parcial minha: Bill Murray bancando Bryan Ferry está escondido no final de Just Like Honey. Mas a observação ainda vale para o resto.
Pra acompanhar, siga a sugestão de Mr. Bob Harris: “For relaxing times, make it Suntory time”. O whisky japonês já ganhou até prêmio de melhor do mundo.
1. Scott Pilgrim vs. the World
Se o filme não é lá essas coisas comparado com o gibi, a banda sonora de Scott Pilgrim Contra o Mundo é qualquer coisa entre a pura diversão despretensiosa e a maluquice nerd autocentrada e escrachada da HQ!
![]() |
Scott Pilgrim vs. The World (Original Motion Picture Soundtrack) [Deluxe Version]Various Artists Trilha sonora Lançamento: 2010 |
Acima de tudo, esta trilha é um bom disco de rock, que passeia entre clássicos (como T. Rex e Rolling Stones), sons obscuros (tem balada brega cover de Sade pelo Beachwood Sparks, berros punks dos Black Lips, Frank Black fazendo a melhor canção dos Pixies que os Pixies não fizeram, baladas tristonhas, britpop que não emplacou, semi-eletrônico, além do indie-pop-rock-bubblegum canadense do Plumtree —que inspirou Bryan Lee O’Malley a criar o personagem principal graças à canção chamada Scott Pilgrim, de 1998) e composições originais. São estas últimas, aliás, que tornam o álbum obrigatório: o som das bandas fictícias dos personagens.
O multitalentoso Beck comanda o Sex Bob-Omb (e os atores fazem os vocais) —quero um disco inteiro do punk com baixo estourado dos Sex Bob-Omb, por favor. E uma pedrada de 59 segundos composta pelo Broken Social Scene para os “Crash and the Boys” chamada We Hate You Please Die, assim mesmo, sem vírgulas, é uma bobagem francamente divertida, como não se via há tempos. Sem contar a versão 8-bit de Treshold, mais uma do SB-O.
Para acompanhar esse suprassumo pop, nada melhor que o clássico cuba libre, misturando rum, gelo e limão com coca-cola.